PPC

Projeto Pedagógico de Curso – PPC

Introdução

O Curso de Graduação em Engenharia Química da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), antigo Campus II da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), foi criado pela Resolução Nº 51/77 do Conselho Universitário, datada de 05 de maio de 1977, iniciando suas atividades no segundo período de 1977, sendo um dos primeiros cursos de Engenharia Química a ser criado em todo o Norte e Nordeste do Brasil. O reconhecimento pelo Ministério da Educação e Cultura (MEC) deu-se pelo Decreto Nº 83.390 de 02 de maio de 1979.

O presente Projeto Pedagógico de Curso (PPC) encontra-se fundamentado nas bases legais, nos princípios norteadores explicitados na Lei Nº 9.394/96 (Lei de Diretrizes e Bases da Educação – LDB) e no conjunto de normas legais, pareceres e referências curriculares que normatizam a Educação Superior no Brasil. Esse PPC foi submetido à Assembléia da Unidade Acadêmica de Engenharia Química (UAEQ) e ao Colegiado do curso de Graduação em Engenharia Química da UFCG.

A concepção da nova composição curricular já vem sendo estudada desde o ano 2000. Em relação ao antigo projeto (1990), as principais diferenças são a carga horária total e as Atividades Complementares. A organização curricular assenta-se nas diretrizes curriculares propostas pelo MEC para a área de engenharia, as quais prescrevem que esses cursos devem ser compostos de três núcleos: conteúdos básicos, conteúdos profissionalizantes e conteúdos específicos.

De acordo com a organização curricular, o curso de Engenharia Química da UFCG será integralizado com:

  • Cumprimento de uma carga horária total obrigatória de 3.600 horas;
  • Prazo mínimo de 5 (cinco) anos e prazo máximo de 7,5 (sete, cinco) anos.

O curso de Engenharia Química da UFCG terá funcionamento diurno, o sistema acadêmico será de créditos e o regime semestral. Considerando que teremos apenas uma entrada anual, o oferecimento de disciplinas também será anual. O ingresso no curso far-se-á conforme previsto na Resolução da Câmara Superior de Ensino da UFCG (CSE/UFCG) Nº 26/2007.

A sistemática para os casos de reprovação em disciplinas está explicitada no item Composição Curricular.

Conforme previsto neste PPC, a avaliação do aluno no decorrer do curso é realizada por meio de provas, trabalhos, experiências em laboratórios, relatórios, seminários e atividades complementares.

Ato de Autorização do Curso

A Figura 1, retirada da página do MEC em 03/04/2009, apresenta os dados sobre a criação e o reconhecimento do Curso de Engenharia Química da UFCG.

Figura 1
Figura 1 – Página do MEC com dados de criação e reconhecimento do Curso.

Histórico

A estrutura curricular inicial do curso de graduação em Engenharia Química, estabelecida pela Resolução 25/77 do Conselho Superior de Ensino Pesquisa e Extensão da Universidade Federal da Paraíba (CONSEPE/UFPB), datada de 28 de abril de 1977, é fruto da incorporação do curso de Química da então Universidade Regional do Nordeste (atual Universidade Estadual da Paraíba – UEPB), estipulava que o curso deveria ter uma carga horária de 3.910 h, com 252 créditos.

No mesmo ano, mais precisamente em 26 de dezembro de 1977, a estrutura inicial foi modificada por nova Resolução do CONSEPE/UFPB (60/77), alterando sua carga horária para 3.955 h, com 254 créditos. Uma vez que o corpo docente inicial era constituído, na sua grande maioria por Químicos, a primeira estrutura curricular era constituída por disciplinas de Química e não de Engenharia Química.

A estrutura curricular do curso sofreu mais duas reformas, uma em 27 de maio de 1981 e a última em 21 de março de 1990, bem como, três adaptações. A última estrutura curricular apresentava uma duração mínima de 10 períodos, com 262 créditos e uma carga horária de 4170 horas. A reformulação curricular de 1990 teve como objetivo primordial tornar o curso mais próximo da realidade da Engenharia Química.

Nos seus mais de vinte anos, o curso conseguiu a formação de um montante de 436 (quatrocentos e trinta e seis) engenheiros. Destes, uma parcela considerável foi absorvida pelo mercado de trabalho, enquanto outra parte dos egressos ingressou em programas de pós-graduação nas mais diferentes Instituições de Ensino do País.

Seja nas empresas ou em programas de pós-graduação, os egressos do curso de Engenharia Química da UFCG vêm se destacando nas regiões Norte e Nordeste. Em se tratando de empresas, a UAEQ possui convênios com empresas que são expoente no Brasil, entre elas podemos citar: Petrobrás, Alumar, Braskem e Alunorte.

Marco Teórico/Pressupostos Teóricos

As responsabilidades de um curso de Engenharia vão além de reproduzir o passado e os modelos atuais. A principal preocupação na formação de nossos egressos deverá estar identificada com a proposta de construir o futuro, que poderá assumir uma multiplicidade de formas.

O Curso de Graduação em Engenharia Química da UFCG buscará uma compreensão mais global do conhecimento técnico e científico. Sob este ponto de vista, esse projeto pretende oferecer um ensino de engenharia que desperte o interesse científico e a aplicação na solução de problemas reais.

Justificativa

Conforme citado anteriormente, o antigo projeto havia sido implantado em 1990 e a composição curricular atendia às necessidades da época, estando próxima da realidade do país. Entretanto, a década de 90 apresentou um grande avanço em termos tecnológicos. O ponto principal foi quanto à informática como ferramenta de trabalho. Neste sentido, novas metodologias de ensino foram desenvolvidas e o mercado de trabalho passou a ser extremamente exigente.

Visando atender às necessidades da época atual, a reformulação do currículo do curso de Engenharia Química começou a ser planejada em 2000. A intenção era de implantar o novo currículo, tomando como base a nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), No 9.394 de 20 de Dezembro de 1996. Entretanto, por ocasião do lançamento do Edital MEC/SESu Nº 04, os trabalhos foram suspensos, pois caso contrário a reformulação deveria ter como base a Resolução CFE 48/76 de 1976. O Edital MEC/SESu Nº 04 fixava um prazo para definição das diretrizes curriculares dos cursos de engenharia, o que aconteceu em 2002, com a Resolução da Câmara de Educação Superior do Conselho Nacional de Educação (CNE/CES) Nº 11/2002.

Se por um lado o Edital No 04 provocou o adiamento da reformulação curricular, por outro foi benéfico, pois pudemos adquirir mais subsídios, incluindo informações obtidas junto ao Mercado de Trabalho, para alcançar os nossos objetivos de modernização. Neste ponto, foi de extrema importância a participação da UAEQ nos Encontros Brasileiros sobre o Ensino de Engenharia Química (ENBEQ), promovido pela Associação Brasileira de Engenharia Química (ABEQ). Os ENBEQ’s contam com a participação de praticamente todas as instituições de ensino superior de Engenharia Química, além de empresas do setor, e constituem o principal fórum de debate sobre o ensino de Engenharia Química, tendo importância reconhecida pela comunidade científica, incluindo docentes, pesquisadores, institutos de pesquisa e indústria.

A explicação para a preocupação em torno da reformulação da composição curricular dos cursos de Engenharia Química no Brasil deve-se à transição para o século XXI. Essa transição tem sido marcada por mudanças tão velozes e tão radicais na vida dos cidadãos, que a universidade, como é conhecida e funciona hoje, pode virar história tão rapidamente quanto se transformam o mercado de trabalho, ou os sistemas de comunicação e transmissão de conhecimentos.

Para nos adequarmos às necessidades do mercado e da sociedade do novo século devemos analisar vários aspectos. O primeiro é com relação à carga horária global. Em particular, o curso de Engenharia Química da UFCG apresentava uma carga horária equivalente à 4170 horas. No nosso entendimento, muito elevada, se levarmos em consideração que este tempo representa apenas horas em sala de aula.

Existe um consenso de que a carga horária média atual é elevada, de modo que uma das recomendações dos ENBEQ’s é no sentido de reduzir a carga horária, para o mínimo exigido pela lei. De acordo com os participantes dos ENBEQ’s, este procedimento não significa que o aluno sairá prejudicado em termos de formação. Pelo contrário, com uma carga horária menor o aluno terá condição de visitar freqüentemente bibliotecas e laboratórios, de modo que o professor poderá aprofundar mais a matéria. Outra conseqüência esperada a partir desta redução é quanto a atitude do aluno, que deixará de ser passivo para se tornar muito mais ativo, já que o mesmo será induzido a buscar informações na literatura.

A redução é possível a partir da retirada/fusão de disciplinas com assuntos abordados em outras disciplinas. O objetivo é deixar permanecer somente assuntos que serão utilizados em disciplinas subseqüentes. A retirada/fusão de algumas disciplinas permitirá acrescentar disciplinas mais úteis na formação do profissional. Além disso, o ensino médio tem avançado significativamente em termos de modernização do ensino, e a prova disso são os livros didáticos de alto nível, de forma que devemos eliminar assuntos que já foram cobertos, pois, caso contrário, corremos o risco de nos tornarmos uma extensão do ensino médio.

Qualquer reformulação tem que levar em consideração um aspecto que preocupa muito as instituições: a evasão escolar. Uma das explicações para tal comportamento do aluno é o grande período de tempo que este passa dedicando às chamadas disciplinas do ciclo básico. Uma característica bastante interessante do presente PPC, e que visa à redução da evasão, é a permeabilização da composição curricular. Permeabilizar neste contexto significa antecipar algumas disciplinas do ciclo profissional. Com este procedimento, esperamos não somente reduzir a evasão, com o aumento da motivação do aluno, mas também satisfazer uma recomendação extremamente importante dos ENBEQ’s, que é a integração curricular. Integrar o currículo significa que todas as disciplinas estarão verdadeiramente ligadas desde o início até o fim do curso. Outra vantagem de antecipar disciplinas do ciclo profissional é que dois períodos antes de terminar o curso o aluno já adquiriu uma boa base científica. Desta forma, o restante do tempo pode ser utilizado para o aluno escolher uma área mais específica da Engenharia Química, através das disciplinas optativas.

Outro ponto a ser comentado é com relação à carga horária de disciplinas individuais, as quais variavam de 30 a 90 horas. Esta diversidade de padrões não se mostrou benéfica para o aluno e não acreditamos em prejuízo para o aluno em padronizar em 60 h todas as disciplinas. Não é pela redução da carga horária de uma disciplina que o aluno deixará de ser um bom profissional.

A nova LDB, Lei No 9394 de 20 de Dezembro de 1996, representa um grande avanço e abre uma nova perspectiva para o ensino, principalmente em se tratando de flexibilidade para as instituições de ensino. Neste ponto, a antiga composição curricular “engessava” o aluno, não dando oportunidade de desenvolver todo o seu potencial. Neste ponto, a proposta em questão procura flexibilizar a composição curricular, de modo que o aluno possa desenvolver ao máximo suas potencialidades e habilidades. Por exemplo, uma modificação importante é a possibilidade de utilizar programas do tipo Iniciação Científica, na contagem de crédito. É uma forma de contabilizar todo o esforço do aluno durante a sua permanência na universidade. Até porque, estas atividades fazem parte da formação geral do aluno.

É importante salientar que este Projeto Pedagógico de Curso também está de acordo com Resolução CNE/CES Nº 2/2007, com o Parecer CNE/CES Nº 776/97 e a Resolução CSE/UFCG Nº 26/2007.

O Curso de Graduação em Engenharia Química da UFCG buscará uma compreensão mais global do conhecimento técnico e científico. Sob este ponto de vista, esse projeto pretende oferecer um ensino de engenharia que desperte o interesse científico e a aplicação na solução de problemas reais.

Objetivos

O Curso de Graduação em Engenharia Química da UFCG tem como objetivo geral formar profissionais com uma sólida base técnico-científica, com visão crítica e reflexiva, criativos e empreendedores capacitados para pesquisar, analisar, projetar e operar processos onde a matéria sofre alterações de fase, de estado físico, de conteúdo energético ou de composição.

O Curso de Engenharia Química da UFCG tem como objetivos específicos dar ao egresso, capacidade para:

  • Desenvolver e gerenciar processos em que, pelas transformações físico-químicas e bioquímicas de diversas matérias primas, obtêm-se produtos de uso industrial e comercial de maior valor agregado.
  • Inspecionar e coordenar as atividades dos trabalhadores encarregados das diversas instalações, com a finalidade de garantir o tratamento químico adequado dos materiais.
  • Estabelecer as plantas da instalação, escolhendo os materiais, organizando as suas instalações, respeitando os critérios econômicos, as regras de segurança e protegendo o meio ambiente.

Perfil do Curso

O perfil desejado para o curso de engenharia química da UFCG é no sentido de oferecer à sociedade um profissional com formação generalista, humanista, crítica e reflexiva, e uma sólida formação técnico-científica e profissional, capacitado a absorver e desenvolver novas tecnologias, e com atuação crítica e criativa na identificação e resolução de problemas. Este profissional deve enxergar os problemas em sua dimensão total, considerando seus aspectos políticos, econômicos, sociais, ambientais e culturais, com visão ética e humanística, em atendimento às demandas da sociedade. O engenheiro químico formado pela UFCG deve ter uma visão e compreensão global dos problemas, em suas diversas dimensões, incluindo as dimensões espaciais e temporais.

Campo de Atuação Profissional

A Engenharia Química é uma profissão com um campo de atuação muito diversificado, de modo que a formação do engenheiro química deve ser generalista. E é este o perfil do Curso de Engenharia Química da UFCG: generalista. Os objetivos explicitados no item anterior foram delineados para formar profissionais para atuar na indústria de processos em geral, em centro de pesquisa, Universidade ou indústria. A seguir, apresenta-se uma lista dos principais campos de atuação do Engenheiro Químico formado pela UFCG:

  • Refinaria de petróleo – fabricação da gasolina, gás de cozinha;
  • Usina de álcool e açúcar – fabricação de álcool etílico e açúcar;
  • Indústria de tinta – fabricação de tintas e pigmentos;
  • Indústria de borracha – fabricação de pneus e correlatos;
  • Indústria alimentícia – alimentos e conservas em geral;
  • Indústria petroquímica – transforma frações do petróleo (por exemplo, nafta) em produtos de maior valor agregado (por exemplo, etileno e propileno);
  • Meio ambiente;
  • Logística – gerenciamento de transporte, abastecimento, etc;
  • Administração em geral;
  • Pesquisa e desenvolvimento com ênfase na área de química, petróleo, petroquímica, metalurgia, bioquímica, alimentos e ambiental.

Perfil do Egresso

O perfil profissional desejado para os profissionais formados pela UAEQ satisfaz todos os requisitos definidos pela UFCG, o qual está descrito abaixo:

“Sólida formação científica e profissional geral que capacite a absorver/desenvolver novas tecnologias, permitindo a sua atuação crítica e criativa na resolução de problemas, considerando seus aspectos econômicos, sociais e ambientais, com visão ética e humanística, em atendimento às demandas da sociedade”.

Pretende-se dar ao egresso uma base científica sólida para que o mesmo possa absorver/desenvolver novas tecnologias. O emprego de novas metodologias de ensino permitirá ao aluno desenvolver o seu lado crítico, bem como sua criatividade. Os aspectos econômicos, sociais e ambientais terão disciplinas específicas, cujo objetivo será detectar problemas e apontar soluções. Em se tratando de ética, o item Composição Curricular mostra como se pretende dar uma visão ética e humanística.

Competências e Habilidades

O egresso de Engenharia Química da UFCG deverá ter desenvolvido no decorrer do curso os seguintes requisitos:

  • Consolidar conhecimentos teóricos;
  • Operacionalizar problemas numéricos;
  • Reconhecer, medir ou estimar, e analisar criticamente variáveis de um processo;
  • Analisar criticamente aspectos técnicos, científicos e econômicos de um problema e apresentar soluções adequadas;
  • Ler e interpretar textos e representações simbólicas, como gráficos, fluxogramas, etc.;
  • Organizar ideias e comunicá-las;
  • Buscar e obter informações;
  • Distinguir entre modelo e realidade;
  • Desenvolver e aplicar modelos para descrever a realidade;
  • Utilizar meios e técnicas de informática;
  • Selecionar técnicas e instrumentos de medição, de análise e de controle;
  • Conceber, conduzir e interpretar resultados de atividades experimentais.

As habilidades e competências acima descritas serão adquiridas nas diversas disciplinas e atividades durante a sua vida acadêmica. Porém, devemos enfatizar que em cada uma das disciplinas o aspecto ético estará presente. Desta forma, espera-se formar um profissional que possa exercer uma cidadania que contribua com a humanidade.

Formas de Acesso ao Curso

Conforme previsto no Art. 9º da Resolução CSE/UFCG Nº 26/2007, o ingresso no Curso de Graduação em Engenharia Química da UFCG far-se-á mediante:

  1. concurso vestibular;
  2. transferência;
  3. admissão de graduado;
  4. reingresso;
  5. reopção;
  6. programas acadêmicos específicos.

Download do PCC

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